sexta-feira, 26 de abril de 2013

SÓ SOLIDÃO

 
E não é que tem dias em que a gente se sente sozinha
e experimenta esta forma estranha de solidão:
Nada escuro, sombrio, maligno.
Só solidão.
 
À volta, o silêncio de um oco de concha
(que, eloquente, sussurra histórias do mar).
 
À volta, uma brisa sem rodopio de pipas
(que, eloquente, segreda antigas canções).
 
À volta, uma névoa de início de outono
(que, eloquente, anuncia bom tempo).
 
Só solidão é só isso:
Ficar, ainda que perto, bem longe.
E poder olhar à distancia
as voltas que a vida dá.
 
Sem parceiros na brincadeira de roda,
sozinha se dar as mãos.
 
Meia volta, volta e meia...
 
Sem parcimônia no piquenique,
se deitar na toalha xadrez e
dividir com formigas os farelos do bolo
 
E sorrir...
 
Sem meio termos, acordar bem cedinho e
descobrir
 que tem dias em que a gente se sente sozinha.
 
Feito concha.
Feito pipa.
Feito um farelo de bolo.
 
E, feito uma formiguinha, só
 
rir...
 
 
(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)

2 comentários:

Eulalia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eulalia disse...

Poesias novamente.

!

?

...

bjs