quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

AQUELE LUGAR





Quando digo que vou passar um mes em Houston, alguns amigos me perguntam o que se faz por um mes em Houston, ainda mais já tendo passado alguns outros meses por lá.



Atualmente, minha resposta é... Nada! Ou... Quase nada! E isso é uma delícia!



Bem... Faz-se necessário explicar, definir, este nada. Não é um nada NADA. Daquele que os gurus indianos propõem a fieis seguidores. Não. É o nada... nada. Aquele do cotidiano. Da rotina conhecida. Aquele nada que abre espaços pra gente pensar na vida.

É um nada... De nada especial.  Acordar, suar na academia, fazer as coisas que se quer fazer, almoçar em um lugar gostoso, estudar. Sim! Estudar francês. Às vezes tirar uma foto. E fazer umas comprinhas (que ninguém é de ferro,né?). Encontrar amigos. Jogar conversa fora com amiga Mara. Descobrir lugares cotidianos e novos como o Central Market, cheio de surpresas gastronômicas.  Ler um livro bem grosso. Olhar pela janela. Ver o clima mudar de um dia pra o outro. Assistir ao The View... E olhar para dentro e se visitar... E aí Patricia? Tudo bem?

Um cotidiano sem surpresas... Até chegar o Valentine´s Day! As rosas vermelhas foram surpresa... E o jantar também.



E imaginar que a garrafa de água mineral Evian, cortada no topo, é vaso de cristal da Bavária! E deixar as flores bem junto à janela (mas só pela manhã, para não queimá-las).

Mas, enquanto o sol se põe...

 

... É hora de começar a fazer as malas. Sempre as malas! 

Hora de voltar pra casa... Até a próxima viagem. Até!

(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

COINCIDÊNCIAS






Coincidências à parte, chego em Houston e me convidam para assistir ao show de Lady Gaga. Podia ser qualquer outro artista, mas... Era Lady Gaga.

Por que coincidência? Bem, porque tenho afirmado, até com uma certa insistência, que Lady Gaga é uma síntese da primeira década do século XXI. 

Já estava há algum tempo querendo fazer um texto sobre isso e, agora em Houston, a oportunidade surgiu.

Lady Gaga síntese da década de 2000?! É... Essa ideia me persegue há algum tempo.

Não falo isso por sua música (de que até gosto muito), mas por sua performance... Não necessariamente a do palco, mas como ela se apresenta na vida... Digamos... Real.

Logo que ela surgiu na mídia, me pareceu apenas mais uma das muitas artistas que querem chamar atenção pelo exagero em um mundo cada vez mais focado em descabidas extravagancias. Aprendiz de celebridade com o coração aberto aos paparazzi de plantão. 

Mas aí, o tempo foi passando e cada vez mais a via em diferentes situações e ocupando, com sua estranheza, diferentes espaços. Tudo misturado... Teatralmente musical. Performática e fashion...  Abraçando causas e criando sua horda monstrinhos. 

Até aí é muito pouco para colocá-la como síntese de uma década. Há, pelo menos, uma meia centena de entidades pop fazendo isso pelos quatro cantos do mundo, devidamente eternizadas pelo You Tube. (Por quanto tempo esta era virtual irá eternizar pessoas e fatos? Bem, isso é assunto para outro texto.)

Foi em uma entrevista que ela deu a Jean Paul Gaultier que a ideia de síntese da década surgiu. Comecei a ver que aquela figura de ET, com ombros pontudos, maquiagem pesada e vestidos espaciais, tinha mesmo a cara do tempo que eu estava vivendo.  

Eu não precisava concordar ou discordar dela... Ela existia. Tinha sua agenda e suas crenças. Tinha construído sua carreira de forma consciente, aproveitando os acasos. Era estranha. Inesperada. Transitava entre o bem e o mal (Sejam eles o que for)... Era ambígua, verdadeiramente fake, tinha uma voz doce e calma que sabia gritar. Sua máscara de olhos grandes, sua persona circense, era assertivamente adolescente. Se apresentava com uma seriedade irresponsável. 


Será que deu para justificar a sua semelhança com esta primeira década? Não sei... Ainda não sei.



Esperem... Lady Gaga usa grandes chapéus que lhe escondem o rosto verdadeiro  e roupas de carne fresca... Talvez tenha sido isso que me tenha remetido ao século XXI. É...Talvez...


(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

WEATHER FORECAST

Antes de qualquer coisa, tenho de registrar que estou com sérios problemas para postar meus textos. Na verdade, os textos não, mas as fotos. Por alguma razão que eu não sei, já há algum tempo, comecei a não conseguir publicar fotos que, por exemplo, eu tinha em um pen drive ou mesmo na minha câmera. Só estou conseguindo publicar fotos que estão no Picasa ou via Ipad, fotos que estão arquivadas nele. Isto tem sido cada vez mais uma frustração para mim, porque, todos devem imaginar, que as fotos são para mim elemento integrante do texto. Um não existe sem o outro. E eu perdi totalmente o controle de um deles.

Estou fazendo este post via Ipad e não sei como trazer a foto para o inicio do texto. Coisa que também é marca do blog. Enfim... Estou bem desanimada e temo que, se a tecnologia me deu o presente de contar minhas histórias por quase 5 anos, acho que será a tecnologia que vai fazer o blog acabar.

Cada postagem, que era antes um grande prazer para mim, está se transformando em uma tortura. Do tipo... Ai meu Deus! Hoje tenho que fazer o blog! (Detalhe, esta fala deveria estar em Itálicos, mas não consiguo, com o Ipad, marcar as palavras!).

Não sei como vou contornar isto, mas estou com muito medo que seja o final de um projeto. De uma deliciosa brincadeira...

Dito isso...

Passar um tempo aqui em Houston é sempre gostoso e bem interessante. É como se eu pudesse ver as mesmas coisas por outro ângulo. Quase uma história às avessas. Poder assitir aos longos debates sobre venda de armas e direitos do cidadão é algo que parece tão estranhamente distante de nós. (Como se nós, brasileiros, não estivéssemos expostos diarimente ao perigo das armas...) Mas aqui se fala de defesa da pessoa, do cidadão. Especialmente aqui no Texas, se pode ouvir, como argumento concreto, a afirmação de que "preciso de armas, inclusive as pesadas, para defender o meu rancho, o meu rancho que está na fronteira com o México e que em última instancia, será defendido por mim, em caso de ataque.

Parece filme de cowboy, mas não é... É o século XXI!

Segunda feira fui passear com uma amiga em um Mall e entramos em uma loja de caça e pesca. Uma mega store, onde se pode comprar desde roupinhas para bebês com os dizeres "Minha primeira roupa de pescador!", passando por comida desidratada, lanchas, botas, roupinhas de bebês camufladas (ai já achei meio estranho), casacos, pequenos anzóis e super metralhadoras.

Fiquei imaginando a cena: Marido e mulher e dois filhinhos entrando na loja.

"Bob Lou, Não esqueça de comprar as iscas e a rede para a pescaria. Vou passar no setor de comidas e pegar algo para nosso barbecue e aproveito e compro aquele babadorzinho camuflado para Mary Jane, ela gostou tanto!" ... Se separam, vem junto com ele Bob Jr., seu parceiro de aventuras com cinco aninhos. "Pai, olha que lancha legal! Cool! Very Cool! "Linda, né filhão, bem que o pai queria comprar uma para você."... Pai, olha que tenda legal! Cool! Very Cool! "Lindona mesmo. Um dia o pai compra uma para a gente curtir."... "Pai, olha que rifle maneiro! "Caramba, já ia esquecendo. Era isso que estava faltando na lista que sua mãe me deixou! ... Pai, posso pegar o algodão doce? "Claro, my boy, e aproveita e pega uma caixinha de balas na prateleira aí bem pertinho... Calibre 45, OK?"

Esta semana também assisti um documentário sobre o trauma pós-combate que sofrem inúmeros veteranos americanos, ou PTSD (post-traumatic stress disorder). O filme se chama
Wartorn: 1861-2010. Uma produção da HBO.

Comovente e preocupante. Triste... Muito triste.

Esta semana também fez sol e choveu por aqui... Apesar de ser inverno, a temperatura está bem agradável.

Passar um tempo aqui em Houston é sempre gostoso e bem interessante.

(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)