quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

COINCIDÊNCIAS






Coincidências à parte, chego em Houston e me convidam para assistir ao show de Lady Gaga. Podia ser qualquer outro artista, mas... Era Lady Gaga.

Por que coincidência? Bem, porque tenho afirmado, até com uma certa insistência, que Lady Gaga é uma síntese da primeira década do século XXI. 

Já estava há algum tempo querendo fazer um texto sobre isso e, agora em Houston, a oportunidade surgiu.

Lady Gaga síntese da década de 2000?! É... Essa ideia me persegue há algum tempo.

Não falo isso por sua música (de que até gosto muito), mas por sua performance... Não necessariamente a do palco, mas como ela se apresenta na vida... Digamos... Real.

Logo que ela surgiu na mídia, me pareceu apenas mais uma das muitas artistas que querem chamar atenção pelo exagero em um mundo cada vez mais focado em descabidas extravagancias. Aprendiz de celebridade com o coração aberto aos paparazzi de plantão. 

Mas aí, o tempo foi passando e cada vez mais a via em diferentes situações e ocupando, com sua estranheza, diferentes espaços. Tudo misturado... Teatralmente musical. Performática e fashion...  Abraçando causas e criando sua horda monstrinhos. 

Até aí é muito pouco para colocá-la como síntese de uma década. Há, pelo menos, uma meia centena de entidades pop fazendo isso pelos quatro cantos do mundo, devidamente eternizadas pelo You Tube. (Por quanto tempo esta era virtual irá eternizar pessoas e fatos? Bem, isso é assunto para outro texto.)

Foi em uma entrevista que ela deu a Jean Paul Gaultier que a ideia de síntese da década surgiu. Comecei a ver que aquela figura de ET, com ombros pontudos, maquiagem pesada e vestidos espaciais, tinha mesmo a cara do tempo que eu estava vivendo.  

Eu não precisava concordar ou discordar dela... Ela existia. Tinha sua agenda e suas crenças. Tinha construído sua carreira de forma consciente, aproveitando os acasos. Era estranha. Inesperada. Transitava entre o bem e o mal (Sejam eles o que for)... Era ambígua, verdadeiramente fake, tinha uma voz doce e calma que sabia gritar. Sua máscara de olhos grandes, sua persona circense, era assertivamente adolescente. Se apresentava com uma seriedade irresponsável. 


Será que deu para justificar a sua semelhança com esta primeira década? Não sei... Ainda não sei.



Esperem... Lady Gaga usa grandes chapéus que lhe escondem o rosto verdadeiro  e roupas de carne fresca... Talvez tenha sido isso que me tenha remetido ao século XXI. É...Talvez...


(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)

Um comentário:

Eulalia disse...

Muito bom!!!
Amei!
Como sempre...