quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

DEU NA CNN

Chegamos a Houston no domingo e a notícia chegou logo depois. Incêndio em Santa Maria! Terra de Silvio.

Depois de checarmos que todos da família estavam bem (Graças a Deus!), ficou aquele silencio. Uma perplexidade dividida com todos, aí no Brasil e por aqui também! A CNN não parava de dar detalhes. Deslocou inclusive uma jornalista para a cidade. E, entre as tantas reportagens, houve o depoimento de uma sobrevivente do incêndio de Rode Island, um incêndio igual ao de Santa Maria, com os mesmos equivocos e a mesma pirotecnia irresponsavel. Com o mesmo revestimento acústico de frágil espuma incandescente. As mesmas mortes estúpidas de jovens, muito jovens!

Tudo igual... Só que há dez anos atrás!

Não aprendemos... Há coisas que os homens não aprendem!

E vai haver prisões. E vai haver debates. E vai haver promessas... E a dor das familias... Ai! A dor das familias!

Otimista, arrisco a pergunta: Será que dessa vez vamos aprender e nunca mais os erros serão repetidos?

Realista, não me atrevo a respondê-la...

Esta semana, então, não há texto... Deixo apenas uma foto, na certeza de que , se a saudade é imensa, a Vida é ainda maior... E precisa continuar...



(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

UMA FOTO DA FAMILIA

 
O motorista do taxi não resistiu. Depois de uma semana de chuva, olhou para o Aterro todo azulado e sentenciou... A senhora sabe, eu não conheço outros países, mas acho que não tem cidade no mundo mais bonita que o Rio de Janeiro.
 
Fazer declaração de amor ao Rio em pleno Aterro do Flamengo é mesmo covardia. Olhei pela janela do carro e só pude concordar.
 
Depois caímos naquele papo de sempre de que a cidade devia ser mais bem cuidada, que esperávamos que os eventos internacionais ajudassem a melhorar as coisas, que as chuvas são sempre um problemão e blábláblá...
 
Cheguei em casa e fui garimpar um mote para o texto dessa semana e, por acaso, esbarrei nessa foto tirada há algum tempo. Lá de cima. Lá do Parque da Cidade em Niterói.
 
Quando eu era menina, minha tia Babá costumava dizer, olhando para o sol se pondo na Praia de Icaraí... Isso parece uma foto de família... E explicava, dessas fotos que a gente tira em dia de aniversário ou Natal, dos avós aos netos, passando por primos e agregados, todos juntinhos para serem bem enquadrados e para que o momento e a família fiquem guardados para sempre em álbuns e na memória.
 
Olhei para a foto encontrada ao acaso e lembrei de titia... Era isso mesmo. Uma foto de família. Montanhas e mar se espremendo para que ninguém ficasse de fora. O relevo do Rio é mesmo tribal. Só tenho uma dúvida: E o que são os morros de Niterói nessa foto? Agregados? Ou daqueles parentes distantes que só se vê em batizado e funeral? Que nada, todos estão atados à volta da baia de Guanabara em uma infinita ciranda. Como em toda família, há sempre os que se deram melhor na vida, tipo Corcovado ou Pão de Açúcar, mas não dá para perceber nem um tantinho de inveja nos outros picos e cumes.
 
Quantas vezes desejei olhar para esta paisagem com olhos de turista e me surpreender e me encantar com o olhar inocente da primeira vez... Mas não funciona. Faço parte da vista e ela faz parte de mim. Para cada canto, recanto e montanha que olho me vem uma recordação de infância, uma imagem já amarelada pela vida. A voz de meu pai e seu dedo em riste me apontando as ilhas e cumes. Minha mãe me contando histórias da História, das invasões dos franceses ao baile da ilha Fiscal. Passeios de fim de tarde com os primos para ver o povo saltando de asa delta lá de cima e tudo sempre emoldurado pela vista desta terra que teima em ser maravilhosa.
 
Olho para a foto novamente e fico imaginando o quanto de buchicho não deve rolar entre praias e montanhas quando os turistas estão distraídos. Elas ali, bem juntinhas, deve rolar um bocado de fofoca do tipo o Dois Irmãos segredando pra Ipanema... Não topo muito a Pedra da Gávea com o nariz sempre levantado. É por isso que dou as costas pra ela.  
 
Brincadeiras a parte, a foto é mesmo familiar. Já transitei por muita paisagem bonita, mas este cantinho da Terra está mesmo em meu DNA. Mais que uma foto de família, ela é uma foto da família. Da minha família. O cantinho aonde eu chego e me aconchego, que nem um colo de avó.
 
(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

UM TANGO ÀS AVESSAS

Photo
 
 
Buenos Aires, noite de 31 de dezembro. No El Viejo Almacén, esperávamos 2013 que se apressava em chegar ao som de um tango porteño.
 
Casa lotada. Diferentes línguas. Sotaques variados. Entre a penumbra da plateia e o brilho do palco, pairava a ansiedade pela meia noite.
 
No palco, a vida seguia entre pernas torneadas e bigodinhos safados. O pianista atacou de Adiós Nonino e entendi que Piazzolla, agora, não é mais transgressor.
 
Na plateia, o contorno de rostos... Um burburinho sussurrado... Eventuais brindes... E mais uma rolha de espumante estourando, como um arauto de festa.
 
Passeei os meus olhos pelo limiar daqueles dois mundos que, ansiosos, esperavam o futuro... Virada de ano feita de esperança e desejo.
 
Passeei os meus olhos pela sala como se meu olhar arriscasse uns passos de tango. Uma imagem aqui... Um rodopio... E a vista acariciando outro lugar. Outra parte da sala... Silhuetas recortadas pelo brilho do palco.
 
De repente, um espelho. De repente, um reflexo. E o bandolinista caiu em outra dimensão. E meus olhos o acompanharam como parceiros de dança. Um rodopio e a vida se perdeu no tempo e no espaço. Sem passado, sem presente, sem a ansiedade do ano virar.
 
Ficamos sós e ali perdidos em um vítreo silêncio. Ele, e seus olhos tristes. Eu, e meus olhos...
 
E, ao som de um tango às avessas, bailamos a dança da vida em improvisada caminhada. Um gancho, uma cruzada... De súbito, um corte e, en una media vuelta, saltamos para a noite, para a alegria de todos, para o estouro do espumante que, como arauto de festa, anunciava a virada do ano.


Quando as luzes se acenderam e todos brindaram o futuro, no canto da sala, tatuada no espelho, permaneceu a nossa imagem... Como um segredo. Um bandolión deixado ao acaso, em vítreo silêncio.


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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

UMA FRASE... UMA FRASE...



Taí. Vim cheia de gás de Buenos Aires. Louca para contar histórias e mostrar tantas fotos. Virada do ano. Estar entre amigos. Planos de viagem cumpridos à risca. Deu tudo tão certo...

Mas desde quarta-feira uma frase não me sai da cabeça. Fica assim martelando, como uma obsessão. Foi desde quarta-feira, tarde da noite... TV ligada... A notícia já esperada me entrando goela a baixo. Aí a frase chegou. Invadiu minha alma e se apoderou de mim. Tô possuída!

Tenho de cuspi-la. Tenho de gritá-la bem alto. Com letras maiúsculas e cravejada de pontos de exclamação! Quem sabe assim me livre deste amargo na boca...

Uma frase-grito! Uma frase-slogan de alguma campanha! Uma frase... A frase-texto da semana...

HÁ LUGARES EM QUE A JUSTIÇA NÃO É CEGA...

                                                                             É SERVA!
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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

RECOMEÇAR...


Bem que tentei... Mas não deu certo. Trouxe para Buenos Aires apenas o IPad. Achava que ia ser mais leve e mais fácil... Mas não funcionou!


Não consigo postar a foto que eu queria publicar e já tentei salvar duas vezes o texto, sem sucesso. Acho que é problema do Wi Fi tambėm. 



Não faz mal... Recomeço tudo de novo... Ano novo é para se recomeçar!


Semana que vem publico um texto novo e melhor
r, com a foto que eu queria postar.

Semana que vem... Texto novo, nova foto, ano novo... E o meu computadorzinho velho de guerra. Ai que saudades delezinho!

(In pblower-vistadelvila.blogspot.com)