sexta-feira, 19 de abril de 2013

ÀQUELES







Se eu deixasse de saber das notícias...
Se eu teimasse em me entregar ao outono...
Se eu fechasse bem apertado os meus olhos...
Se eu ficasse aqui, agora, me deixando levar...
Se eu olhasse só para o meu umbigo...
Se eu me negasse a saber...

Aí, a manhã seria mais clara e mais branca.
Aí, haveria espaço pro riso.
Aí, a vida dava para se viver.

Mas eu teimo. E vejo. E reajo. E divido. E deixo de ser eu, para ser nós. 
Nós, apertados nós!

Então, me invadem os mortos e feridos.
Então, se impõem os loucos e calhordas.
Então, me visitam apátridas de todas as terras.
(Com suas  monocromáticas camisas e seus slogans de guerra.)

Hoje era dia de texto bem leve...

Mas encontrei a foto.
E me lembrei da oração.
E achei que valia a pena repeti-la.
Agora.
Neste dia tão leve.

Àqueles que não sobrevivem
por maltrato, por maldade, por acaso, por doença, por desleixo, por loucura, por consciência, por vontade, por desespero, por tentar, por desistir, por acreditar,  por não aceitar, por não se render, por não se vender, por não se entregar a monocromáticas camisas, por não repetir slogans e guerras...

(Que se repita o rito...)

O meu minuto de silêncio e
O meu ponto final.

(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)

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