sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

TEM UNS DIAS


Ai! Não tem uns dias... Umas épocas... Em que dá vontade de a gente sair fora, ir visitar outras paragens? Sair voando por aí, sem plano de voo, sem torre de controle, sem permissão para aterrissar. Tem sim.

Estou em pleno momento "o piloto fugiu!". Estou precisando de céu e silêncio. Tô precisando de nuvens...


E de uma rota feita ao acaso... Sem ângulos... Um olhar lá bem do alto para não estar em nenhum lugar.



Preciso de uma geometria descompassada e nada plana... Sem ângulos! Sem ângulos! 

Uma geometria... Um antigo poema... Um voo na alma... 

GEOMETRIA II

Descrever com um anjo
a parábola no ar
e sair na tangente
sair de repente
por frestas
por portas voar


Rever os meus senos
insanos desejos
incenso aromático
insólita estória
na farsa 
na fábula
romper as trincheiras
voar



Co-senos
Com sono
com o cenho franzido 
com sede de espaço
voar



O triangulo disposto
por entre os esquadros
marca a pista da morte
marca a reta
mais curta
pra noite e pro sonho



e em órbita vasta
(impressa a nanquim)
sou compasso de espera
a desvendar
cada dia
o enigma do círculo
(1983)

Ai, nada como os velhos poemas para nos acalentar...

(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)

2 comentários:

Eulalia disse...

Lindo texto, lindas fotos!

Celina disse...

amo essa poesia!