sexta-feira, 9 de agosto de 2013

EMARANHADO



Nossa! Como tenho repetido: Nossa! A vida está muito complicada!


Já há algum tempo tenho tido uma certa dificuldade de entender as coisas. Eu, logo eu, que sempre tive opiniões formadas sobre quase tudo e um olhar atento aos eventos que me rodeiam. Não é por ser leonina não, mas sempre tive uma tendência a ter respostas para tudo. Ou, pelo menos, umas boas perguntas guardadas na algibeira. 

E, agora, esta confusão. Me sinto diante da prova de Física do Vestibular lá dos idos de 1975. Até que eu conseguia ler as questões, mas quem disse que descobria a resposta certa. Para mim, tudo se resumia a um imenso NDA (Nenhuma Das Alternativas).

E, agora, olho a  minha volta e... Não há mesmo alternativa. Virou tudo um grande caos. Física Quântica! Um nó cego, sem direito a uma explicação em Braille. 

Outro dia estava assistindo a uma entrevista com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Um de meus ídolos. E ele, do alto de seus muitos anos de vida, explicava que estamos em um intermezzo. Um momento da humanidade em que perdemos as referências. O que passou, passou. E o que virá... Ninguém pode antever com precisão. Enfim, estamos na parte do rio em que há corredeira (e das bradas!). E nós lá, em nosso caiaquinho.

O primeiro mundo quase deixou de ser primeiro e aí surgiram uns países grandes e estranhos que começaram a emergir. O que tinham eles em comum para serem considerados um novo bloco? A disparidade. Um saco de gatos que passariam a dar as futuras cartas. Mas, como nenhum deles sabia jogar Bridge,  decidiram jogar Buraco. E acredito  que todos eles já tenham pegado o Morto e  o pobre do de cujos não está cheirando nada bem.   Os emergentes estão com água pelo pescoço e nadam com braçadas largas... Em círculos. Quanto às disparidades? Bem, continuam um disparate!

Mas o mundo é muito grande e difícil mesmo de entender. Fiquemos por aqui, por nossa pequena prainha que, talvez, fique mais fácil...

Por exemplo, milhões de brasileiros saíram às ruas pleiteando coisas sérias, importantes... O pessoal berrou, esperneou contra a corrupção, contra a falta de ética, contra a malversação do dinheiro público, e, agora, quem virou capa da revista? Os Black Blocks. Eles... E suas reivindicações... Eles... E sua atitude... Eles... E sua postura... Ai, não estou conseguindo terminar a frase... Aqueles carinhas mascarados, infiltrados ou não,  que quebram tudo. (Por que será que sempre me remetem aos primórdios  do nazismo?)

Está tudo muito complicado mesmo. Todo mundo se fala. Todos se comunicam. Tudo se sabe de todos em todos os lugares e... Ninguém se entende. Estamos enfiados em uma cyberbabel que já chegou às nuvens (Desculpem o trocadilho.)

Tenho uma querida amiga que reage a meu ceticismo me explicando que o mundo realmente acabou em 2012 e que agora é algo novo que precisa ser construído. E eu pensando que quando o mundo acabasse, a gente ia direto pro Paraíso!

Tudo, um grande emaranhado! Como na foto aí em cima.

Mas esperem... Olhando com cuidado... Não é que lá, bem no alto, entre galhos secos e alguns espinhos... Lá no meio de um nada agreste e vazio... É isso mesmo. Está guardado um ninho!

Fico pensando que tipo de ovos estarão guardados nele... Serão de serpente? Ou de passarinho? 

(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)

Um comentário:

Eulalia disse...

Texto perfeito, com acabamento impecável.

E, como não poderia deixar de ser, eu invisto num passarinho para o seu final... um passarinho de olhos de lince como os gaviões, coração meigo como o dos periquitos (não barulhento como eles...), voo singelo e harmonioso como o do beija-flor, coração fiel como o dos pombos, bom construtor como o joão-de-barro... e sobretudo... com as características do fênix, para que o mundo possa, enfim, renascer.

Mas... se tiver de ser uma serpente... que seja aquela do paraíso que, em boa hora, ofereceu o livre arbítrio ao casal primordial, reconstruindo, assim, a indubitável capacidade de o homem poder recriar a sua própria história. Que venha novamente a serpente como símbolo, então, da sabedoria, de acordo com a leitura dos orientais.

Pássaro ou serpente... qualquer que seja o perfil... para um mundo novo e melhor...

E... não adianta... vou morrer achando que o copo está metade cheio... :)

Beijos, querida, seu cérebro é de uma criatividade sem par!!! Amei.