E foi justamente quando pisei nas areias de Copacabana e os fogos iluminaram a praia, a cidade e as almas... que lembrei de um antigo poema, escrito lá pelos idos dos 80. (Como o tempo passa!!!)
ROJÃO
é deixar a vida
a espera
na soleira da porta
é pendurar as mágoas no varal
- alvas camisas de punho em riste -
é tomar da linha
desfazer o laço
e soltar a alegria
(gigantesca pandorga)
a sobrevagar
um impossivel céu lilás
é fazer-se verão e maresia
ser fruto e ser mar
camarão
frenético peixe
cavalo marinho
a galopar profundezas
a profanar mariscos e conchas
a se embriagar de verde e sal
alvas camisas de punho em riste
silenciosas
indecifráveis
com abotoaduras de cristal
o sol nunca se põe
em meu impériovagalume
vagabundovaga e mar
prima véspera
de ano novo
com direito a fogos...
sem artifíciosser feliz é acender o pavio
explodir inteira
(em lua cheia)
e neste céu poente...amanhcer
(in Sintaxe do Espanto, Ed. Cátedra, 1986)
(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)
2 comentários:
O tempo passa mas sua poesia é sempre nova, viva e forte como uma semente rompendo a terra! Que bom ler isso hoje!
bjkas cheias de saudades, da primoca praticamente londrina!
Querida,
Como me lembro desse livro... como me lembro da você, não muito diferente, embora totalmente nova em seus caminhos, sempre...
beijos
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