quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O SEGUNDO DEBATE


Estar no Texas no dia do segundo e, talvez, mais importante debate entre os dois candidatos à presidência dos Estados Unidos foi, como se diz em inglês, quite an experience!
Quando estive em Nova York no início de setembro, a vitória de Obama era quase indiscutível, aí houve o primeiro debate e tudo mudou. Empate técnico, crescimento do republicano, dúvidas sobre a competência democrática...
E, então, lá estava eu em Houston no dia do segundo embate e devo confessar que, mesmo antes do debate começar, já estava com indigestão do evento. A impressa passou os últimos dias explorando todos os possíveis (e impossíveis) ângulos da contenda.
O background familiar dos candidatos. Seu relacionamento com a figura paterna. A reação das esposas presidenciais a esse tipo de evento. As diferentes propostas sobre temas polêmicos. O voto das minorias. As questões econômicas. O problema da Líbia. Imigração... Ufa! Mas o que mais me chamou atenção foram as horas usadas com o profundo levantamento sobre todas as teorias sobre body language.  
Confesso que se eu fosse candidata e ouvisse tudo que foi dito sobre body language, nem subia no palco. Fugia, vestindo uma burca para ninguém me ver.  
Tenho que admitir que fiquei com alguns efeitos colaterais.Toda vez agora que passo por um espelho me observo para ver se estou mais virada para a esquerda ou para a direita, se meus olhos estão olhando para cima ou para baixo ou para lado (e que lado?), se meus dois pés estão firmes no chão ou se um deles está um pouco levantado, indicando alguma insegurança...
Outra coisa que me chamou atenção foi um certo frisson porque, pela primeira vez, uma mulher seria mediadora em um debate entre presidenciáveis. Não pude deixar de pensar em nossas tantas jornalistas que já mediaram tantos debates. Viva Marília Gabriela!
E chegou a noite e combinamos de ver o evento no restaurante do hotel.
O lugar não estava tão cheio quanto nas noites anteriores (acho que o campeonato de footbal americano dá mais ibope), mas havia algumas mesas bem animadas e mobilizadas. Lembremos, eu estou no Texas, terra de George Bush.
E o debate aconteceu entre alguns aplausos republicanos e uma deliciosa pizza supreme.

Do debate, me ficou a sensação de que o mundo mudou muito. E há muitas perguntas sem respostas. Pensei na Europa e seu terrivel impasse. 

Da noite, me ficou um comentário... Meu amigo César reivindicando nosso direito de voto também. Afinal, muitas das decisões tomadas por aqui, vão ter impacto... No mundo. "O voto americano deveria ser globalizado".
Até condordo com César... Mas... Acho que só ia ter um problema... Se o voto fosse globalizado. Se fosse globalizado como globarizaram tudo... Bem, aí não ia ter body language que desse jeito... Ganhava um chinês!
(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)

2 comentários:

Eulalia disse...

Ah, querida, muito bom! E final com chave de ouro!!!
Saudades!
Estou louca para saber tudinho da viagem.
beijos!

Celina disse...

Aqui o que parou o país foi mesmo o OIOIOI! Ontem saiu até em jornais ingleses como que um país inteiro estava esperando o final de uma "soap opera". E o pior é que decepcionou! Obama por aqui ia da muito ibope não...