quinta-feira, 17 de maio de 2012

ROMA...


Há algum tempo me contaram uma espécie de lenda. Em uma das pontes que liga Trastevere à Roma os casais apaixonados deixam cadeados presos em uma corrente como prova de seu eterno amor. Fecham o cadeado e jogam a chave no rio. Feito. Seu amor preso e confirmado para sempre. Um laço eternizado em um gesto. Click... Chaves na água. Paixão infinita!
Fico pensando em quantos casais dariam tudo para, depois de algum tempo e muita rotina, encontrar novamente as chaves. Imagino alguns, mais radicais, em desespero, se atirando no rio para ver se conseguem abrir seu cadeado.
Não é este o meu caso. Tenho um cadeado fechado e lacrado e com chaves perdidas na correnteza. Laço confirmado pelas tantas moedas jogadas na Fontana de Trevi. Amo Roma. Paixão despudorada, sensual, irresponsável. Amor que não mede consequências. Estar aqui é estar bem. Respiro o delicioso caos... Saboreio equívocos e discussões ... Ouço abismada a eloquência do infinito céu azul... Tateio por calçadas marcadas pela chuva fina... E me vejo nos inúmeros rostos de tantos cantos e países.  
Voltar... É me reencontrar. Voltar... É me perder entre vias e piazzas e pontes e arcos e igrejas e palácios... Voltar... É muito bom.
Roma é minha cidade.
Nos pequenos detalhes...

E nesta descuidada e aconchegante imensidão!

(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)

Um comentário:

Eulalia disse...

Impecavelmente lindo! Quase um pecado despudorado e pleno! Cheio de sabores que só você consegue retratar! Adorei.