sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

ÁGUAS PASSADAS



Eu tinha outros planos para o texto de hoje, mas não dá para escrever sobre outra coisa: Choveu... Muito!

E muitos já falaram das chuvas... Ainda estão falando.

Os meios de comunicação me informam sobre a lama, a dor, a cabeça d'agua, o grito não dado, a falta de acesso, os helicópteros, o governo, o lixo, o medo, o socorro, a impotência.

Choveu na serra e ainda não se sabe o número de mortos. Nem o número de vivos de alma quebrada. Nem o número de casas que deixaram de estar lá.

Choveu democraticamente.

A mão molhada do destino e da tragédia não discriminou ninguém. Todas as raças, credos, identidades sexuais. Ricos e pobres... (mas por que sempre mais os pobres?) participando do caos.

Choveu... Ainda chove!

Como sempre... sempre... sempre... o ano começa com as águas lavando o passado, sujando o presente... o futuro, a Deus pertence!

E quando as águas baixarem... E quando levarem a lama... E quando enterrarem os mortos... E quando lavarem as feridas...
Voltaremos às praias, ao chopp, ao sol!

Mas há que se ter cuidado!

 Muito cuidado!

E nunca esquecer de usar um bom filtro solar!

(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)

5 comentários:

Eulalia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eulalia disse...

É, querida...
Pontual!!!
Adorei ler. Aguça a alma nos mais variados sentidos.

Fazemos de Conta disse...

Patrícia,
Excelente texto, sem exageros e tão verdadeiro. Muito bom.
Um abraço apertado,
Lúcia

Celina disse...

Nem eu consigo escrever nada além do testemunho de uma dor que há muito se repete. Nós, privilegiados (até quando?) que somos apenas espectadores, podemos fazer o quê? O filtro solar para a alma.

monica disse...

Fina ironia o final de teu texto.

Bjs