quinta-feira, 12 de agosto de 2010

MOCHIMA


É... Agora não tem jeito mesmo. Já estamos na segunda semana de agosto. Os contatos com a VIP (firma responsável por nossa mudança) já foram feitos. A data da saída das coisas, já marcada... 1o de setembro. Não tem jeito... Tô indo embora.

Fico, às vezes, parada, pensando em tudo que me aconteceu nestes quase quatro anos... Que foram uma vida! Releio histórias do blog. Vejo fotos. Meus sentimentos variam entre ansiedade (se é para sair, queria sair logo!), preocupações (tenho ainda que fazer tanta coisa!) e saudade (queria tanto ficar só mais um pouquinho!). Mas não tem jeito... Tô indo embora.

Hoje Beatriz chegou cheia de mistério e quando eu quis definir o almoço, ela me disse que não... Hoy tengo una sorpresa para usted. Está lá dentro, e da cozinha está vindo um cheirinho muito bom de comida gostosa. Acho que a sorpresa é um pabellon criollo que ela sabe que eu adoro. É... Não tem jeito... Tô indo embora.

E, remechendo minhas lembranças, percebi que não cheguei a escrever sobre Mochima. Mochima, um parque nacional que fica entre as cidades de Barcelona, Puerto La Cruz e Cumaná.

Podia continuar falando de sua localiazação precisa, suas pousadas, altitude, longitude, fauna e flora. Mas não quero... Mochima para mim, mais que um lugar foi um estado de espírito. Uma mistura de montanhas verdes, mar (de todas as cores) e um profundo bem estar.

Foi um dos primeiros lugares que conheci na Venezuela e talvez tenha sido lá que eu entendi que era muito bom ser uma International Vagabond. Ficar ali... assim... Olhando pelicanos e mar. Um sabor caribenho diferente. Um Caribe não voluptuoso. Um Caribe tranquilo... ventinho e mar batendo... pra lá e pra cá.

Não tomamos uma lancha potente para conhecer os arredores, as tantas ilhas. Fomos de peñero, que é como uma trainerinha, com seu motor... toc, toc, toc...

Silvio teve reuniões perto de Puerto La Cruz na tarde que antecedeu a nossa ida para lá. Eu, depois de conhecer o centro comercial de Lecheria, o Plaza Mayor, um shopping enroscado em marinas e iates, voltei para o hotel e dormi. A tarde estava pesada, com céu de chumbo. Dormi e não vi o quase furacão que atingiu a cidade e fez com que nossa ida até a pousada no dia seguinte se transformasse em uma aventura. Com direito a tomar o caminho pelas montanhas, penhascos, buracos e uma vista paradisíaca. Mas chegamos...

Megulhei muito. Adoro mergulhar. Eu e o mar todo verde. Só para mim. Eu e cardumes azuis. Um silêncio ôco. Como se eu estivesse bem dentro daqueles caramujos de praia. Silêncio com eco (Aaaahhhhhh.....).

Silvio ficava na areia. Só olhando. E eu que nem boto... (Aaaaaaahhhhh.....).

De noite, fomos comer um peixinho em um restaurante da vila. Estava escuro e só dava para ouvir o marulho. O pé enterrando na areia. E depois... gaivotas e amanhecer. Café bem quentinho e umas arepas.

Não dava para ir embora sem falar um pouquinho de Mochima, com suas montanhas e praias. Com seus verdes e ilhas. Não dava...

É... agora não jeito mesmo. Tô indo embora... Mas que me fiquem sabores como mensagens guardadas em garrafas jogadas ao mar... Água salgada, peixinho bem frito, uma solera gelada e... o pabellon criollo que Beatriz decidiu me regalar.

Nota: Estou publicando hoje, porque amanhã bem cedo vamos para Los Roques, um arquipélago no Caribe venezuelano. Neste amaranhado de coisas a fazer, não custa nada parar e pegar uma prainha pelos mares caribenhos, né?

(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)



4 comentários:

Eulalia disse...

É, Patrícia... tô indo embora com você... com a mesma sensação de nostalgia...
Mas você não está saindo da Venezuela. Não conseguiria. Ela está indo com você, por tudo que te ensinou e por tudo que você ensinou a ela (sorriso).
beijinhos

Alzira Willcox disse...

"Tô indo embora"...
Tudo é mesmo tão passageiro na vida...
Você está indo embora, diferente de como chegou e deixa as suas marcas também nessa terra que adotou.
A vida é um constante ir e vir, mesmo se não viajamos. Não é assim?
Já estou antecipando o prazer de ler as suas histórias sobre o México. E vamo-que-vamo!

Celina disse...

Acabo de ver Los Roques pela internet. Uau!!! sua trajetória com fundadora e presidente do IV só está começando. E eu sócia remida e honorária, estou te esperando para I V juntas.

Anônimo disse...

Olá Patrícia,

Fiquei pensando, qual será sua vista agora no México? Acho que vai ser uma bela visão também.
Mil beijos,
Valéria