sexta-feira, 22 de junho de 2012

TRINTA E QUATRO ANOS


Foi como escrevi no post da semana passada. Há trinta e quatro anos eu não ia à Foz do Iguaçu. E, de lá para cá, muita água passou por baixo de minha ponte!

Trinta e quatro anos...



... E fico me perguntando se eu encontrasse esta moça... Espera, 18 anos é menina para mim!... Se eu encontrasse com esta menina hoje, o que falaria para ela? Que conselhos lhe poderia dar?

Antes de tudo, iria logo explicar para ela que a vida não dá para se ensinar. Vida se vive. Com seus meandros e acasos. Com suas surpresas... Boas e más. E que por mais que a gente tente, ainda não encontraram a fórmula mágica de se ser feliz. Felicidade é que nem quebra-cabeça, um jogo de montar. Um pedacinho aqui, outro acolá. Tenta-se encaixar as peças. Algumas se unem, outras nem tanto e outras se negam a se juntar. Então, às vezes, a gente fica com aquele pedaço do jogo (da vida) nas mãos sem saber bem o que fazer... Com aquele momento, aquele gesto, aquela palavra, aquele cheiro ou ruído ou canção. Quanta coisa se perde neste jogo de armar!

Diria também para ela, para amar sem pudores. Que de amor se sofre, por mais que a gente tente evitar. Mas de amor se vive e a gente se alegra e se entrega e se perde... Diria a ela para amar... Muito! Com paixão. Com tesão. Como em um filme de Almodóvar. Muito. Muito. Muito.

Pediria que ousasse e não tivesse tantos medos. Tomasse cuidado com abismos, mas chegasse até a beiradinha e, se possível, tirasse muitas fotos da paisagem como registros de aventuras e desafios.

Aconselharia que pensasse em seu trabalho como único e mágico. E tecesse com fios delicados e sutis a alegria de fazer e transformar. Qualquer coisa que faça, que a faça com arte, mas antes de tudo, com muito prazer! E não tenha medo de mudar, experimentar, tentar outros ofícios... Não seja uma profissão... Tenha projetos e metas... Só seus!

Que cuide de sua dieta sem grandes neuroses. Não se deixe engordar! Mas não deixe de beber um bom vinho e experimentar comidinhas... Tudo com certa moderação!

Sorria muito, mas não se furte a chorar. Chore sim, intensamente, mas só quando e se for preciso. Que chorar demais dá rugas, viu? Cuide da pele e aprenda a se maquiar.

Sorria muito, mesmo quando não estiver com vontade, que o riso ativa hormônios e amizades.

Ah! Não deixe de fazer ginástica, porque depois fica ruim de começar.

Não tenha medo dos riscos, que é com riscos que se desenha, a nanquim, a tela, a teia?, de nossos relacionamentos.

Sorria muito. Que o sorriso engana a tristeza neste jogo de pique-esconde que se chama destino. 

Leia muito. Viaje muito. Vá ao cinema, ao teatro. Exposições. Tenha um hobby. (Eu sempre quis aprender tricô).

Se tiver vontade, tenha filhos e não se assuste com o que dizem de nosso planeta. Vamos sobreviver e as novas gerações serão sempre melhores. (Sou uma eterna otimista!).

Ai, não sei mais o que dizer!

Talvez um dia nós duas possamos nos encontrar. Lá pelos lados de Foz. Vou deixar uma foto para facilitar o encontro.


É isso mesmo. Sou esta senhora gordinha... Que continua acreditando em duendes... Gostando de Poesia... E que, teimosamente, coleciona arco-íris.




Nota: Este texto é meu presente de aniversário para Carol, minha filhota postiça, a quem amo MUITO!!!!!! E que desejo que seja sempre INFINITAMENTE FELIZ!

(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)

5 comentários:

Celina disse...

Pronto chorei! E eu que convivo com a menina e a senhora, amo tanto vocês que sabem ser as duas ao mesmo tempo, que sabem encantar a todos que "vos" cercam!
bjs

Carol Martins disse...

Tia,
ainda nao eh trico, mas a gente chega la!

Eulalia disse...

Que texto, caramba!!!
Ufa!
beijos

Unknown disse...

Qta emocao, chorei pensando na minha estrada... a dificil arte de viver e fazer escolhas sem arrependimentos... valeu pelas palavras. Bjs Simone

Rosangela Freitas disse...

Queria que minhas filhas lessem isso. Se eu fosse poeta teria escrito esse texto para elas. Obrigada, Patrícia. bjs