Abril nem bem chegou e já vai se despedindo.
Foi um mês esquisito, embaralhado em feriados, dias enforcados e dias santos.
Numa Inconfidência pós-moderna, Tiradentes veio de mãos dadas com Judas, ambos ajudando Jesus a carregar o seu fardo e, saltitantes, seguindo o cortejo, São Jorge tentando matar o coelho, enquanto o dragão, quase esquecido, brandindo uma coroa de espinhos, distribuía ovinhos de chocolate para beatas, manifestantes e criancinhas.
Abril teve lua de sangue! E teve eclipse!
Chegou trazendo o outono e um susto de gripe a que os médicos insistem em chamar de virose. Talvez porque ao pobre paciente só reste mesmo é se virar na cama e tomar antitérmicos.
Chegou trazendo chuva e disfarçadas ameaças de racionamentos.
E já se vai, feito touro bravio e pragmático, bufando indícios de pouco crescimento para o país e muita inflação para seu povo.
Ah! O mês trouxe com ele também a taça da Copa, os chefes da Fifa e a mesma lengalenga de que tudo estará perfeito para o evento com seus fantásticos estádios imersos no caos.
(Esta Copa confirma a nossa falência... Tudo uma grande falácia!)
No engarrafamento dos ônibus queimados, abril fechou todas as portas ao bom senso e à esperança.
(Atualmente, cidadania é um evento pirotécnico...)
Abril nos trouxe um mar revolto e a confirmação da revolta.
Abril superou agosto... Em seus maus ventos e sua ressaca.
Que ressaca! Do tipo que dá muita vontade de vomitar!
Abril entrou por uma porta, saiu pela outra e quem puder...
Que conte uma boa história. Que traga uma boa nova. Ou, pelo menos, que nos lembre que quinta-feira que vem é feriado, Dia do Trabalho!
E, melhor que tudo, já vai ser maio...
O mês das noivas, com seus alvos e virginais vestidos...
E o mês das mães com sua doçura e a oportunidade de boas vendas no comércio. (Tudo com muito laço de fita... E muito amor!)
(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)
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