Dia bonito e friozinho neste já quase final de inverno. E aí me deu vontade de tomar um chazinho e relembrar Poesia.
Remexi minhas coisas. Revirei um tantinho de alma. Afinal encontrei:
UM CÉU DE AGOSTO
sou céu de agosto
rabos-de-galo
me espalho em serras
no que há de nítido e preciso no horizonte
me achego
adentro
e quando o sol me arranha
coxas e barriga
sou cor e luz
afago de estrelas é o meu unguento
e no correr do dia
voo cafifas
linhas sem cerol
bailo ao sabor do riso dos moleques
e quando o sol se esvai
menstruando a bainha do dia
acendo estrelas num estalar de dedos
sou céu de agosto
rabos-de-galo
azulo por indignada teimosia
e quando solto o meu sorriso largo
tempestade é o que anuncio
(in pblower-vistadelvila.blogspot.com)
Um comentário:
Agora me deu vontade de ouvir este poema. Nossa, lindo de ler e ser lido em voz alta.
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