Semana passada fui visitar as Grutas de Cacahuamilpa que ficam em um Parque Nacional a umas três horas da Cidade do México. O que senti foi uma mistura de impacto e surpresa. Surpresa, porque em todas as vezes que visitei o país tenho buscado novas regiões para conhecer e nunca, nenhum guia turistico tinha me indicado este lugar. E ele é imperdível! Impacto, porque as grutas são deslumbrantes. Por dois quilometros, imersos na terra, experimentamos uma mistura de silêncio, luzes, grandiosidade ... beleza!
Enquanto caminhava entre salões de mais de 60 metros de altura, fui me lembrando de um poema que escrevi há muito tempo atrás. Um poema que fala de uma teimosa e infindável busca.
A PEDRA
Garimpar palavras
Fazer Poesia
Dessedentar-me
Ser cascalho... cristal... água marinha
Na batéia
Pôr a girar os meus cacos
Quem sabe eu encontre
Ao final da espiral
Um diamante bruto e puro
A minha essência mais dura
Pôr a girar os meus cacos...
Ritmos e músicas e choros
Entrechocam-se
Rostos e nomes
Entrechamam-se
E gestos
E cheiros
Réstia de infância
Sonhos sem senhas
Saudades-segredos
Entrelaçam-se
(em nó)
Todos os medos
No emaranhado de esperas
Perder-me entre ruas
... e rumos
... e feras
Infinita espiral
Em volúpia de dança
Roda a ciranda da vida
Meus cacos
São seixos opacos
Meus passos
Não sabem do mapa da mina
Na batéia
Sob água turva
Permanece intacto e bruto
O diamante mais puro
De mim...
A essência mais dura
(in pblower-avistadelvila.blogspot.com)
4 comentários:
Ticha!!!!! Perfeito. O poema feito para as fotos, fotos prontas para um poema lá de longe?
Agora,cá entre nós... Humilhou,hein?
Se joga! besitos
Puxa vida, que poesia bonita. Gostei. Realmente, tem tudo a ver com o lugar. E, o lugar deve ter sido show! bjs
Querida!
Esse poema eu não conhecia! Guardado longe de nossos olhos, como esse lugar magnífico.
Obrigada por nos ter apresentado os dois!
beijinhos
Fiquei encantada com o poema e pela maneira como o dividiu entre as fotos. Lindo e tocante. Maravilhosas fotos, maravilhosas palavras.
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